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Entenda o filme metrópolis de 1927

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O filme Metrópolis é clássico do cinema, produzido na Alemanha em 1927, pelo diretor Fritz Lang. O diretor afirmou que em princípio a inspiração para o filme foi a cidade de Nova York, que ele visitou no ano de 1924.

Essa obra prima do cinema permaneceu perdida por cerca de 80 anos. O filme foi muito polêmico na época de seu lançamento, recebeu diversas críticas por parte da audiência conservadora. O filme também foi um fracasso de audiência, deu prejuízo ao estúdio, que quase foi a falência para investir cerca de 1.5 milhões de dólares na produção. Isso tornou esse o filme mais caro já produzido até então. Entretanto, após o lançamento, o filme foi cortado e apenas cerca de 1/4 da obra original continuou sendo reproduzida e conhecida do grande público. Assim, durante muito tempo o conteúdo de Metrópolis permaneceu perdido. Foi somente no ano de 2008, que encontraram uma cópia do filme original na Argentina, em péssimas condições. Após passar por um processo de restauração finalmente pudemos conhecer o conteúdo completo desse filme.

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Atualmente o filme é de domínio público, e você pode assisti-lo gratuitamente em plataformas como o YouTube. Existem diversas versões disponíveis, inclusive versões que passaram por processos de colorização.

Poster de divulgação do filme metrópolis

Sobre o que é o filme metropolis?

A temática central do filme aborda as disparidades sociais e a exploração da classe trabalhadora em um contexto futurista e distópico. Resumidamente, o filme retrata uma metrópole dividida, onde a elite desfruta de uma vida de luxo e privilégios, contrastando drasticamente com as condições precárias e desumanas enfrentadas pela classe operária que habita os subterrâneos da cidade.

Assim, narrativa se desenvolve em torno da personagem Maria, uma mulher carismática que se torna um símbolo de resistência e busca por justiça social. A exploração das tensões entre as classes sociais, a alienação do trabalhador e a busca por uma sociedade mais equitativa são temas centrais que permeiam toda a trama.  De modo a tornar o “Metrópolis” uma obra seminal do cinema expressionista alemão e uma poderosa reflexão sobre as consequências da industrialização descontrolada e da desigualdade social.

Entretanto, essa é uma obra complexa, que tem diversas influências políticas, discussões morais, filosóficas e referências bíblicas e religiosas. Para tentar entender melhor o filme e suas referências vamos tentar aprofundar nossa análise.

Contexto

Devemos lembrar que a produção do filme metropolis ocorreu em 1927, quando ainda havia muito pouca regulamentação trabalhista para moderar as relações entre o operário e o industrial. Nessa época em muitos locais ainda não havia regulamentação sobre trabalho infantil, não havia limitação para as horas de trabalho, não havia fixação de um salário mínimo, e nem mesmo descanso semanal remunerado.

A constituição de Weimar, adotada na Alemanha em 1919 foi uma das primeiras constituições a incluir uma série de direitos trabalhistas e sociais. Direitos tais como, o direito de associação, direito de negociação coletiva para os trabalhadores, proteção ao trabalho infantil, limitação da jornada de trabalho, e direito a um salário justo. Portanto, na Alemanha onde o filme foi produzido, a questão da relação de trabalho já estava em debate e já estava sendo regulamentada. Porém, países como os EUA só tiveram regulamentações parecidas décadas depois. Foi somente em 1935 que os EUA estabeleceram uma lei nacional para a proteção do trabalho, para estabelecer condições de segurança e salário mínimo aos empregados. Essa lei ficou conhecida como Fair Labor Standards Act.

Portanto, entender o contexto da época em que produziram o filme é fundamental para entender a intensidade do debate politico e social que ele levanta, bem como para entender a simbologia e a linguagem da obra.

A Industrialização e a relação do homem com a máquina

Metrópolis é um filme mudo, e por isso mesmo a linguagem não falada, por meio de coreografias, movimentos, expressões e simbologia são muito marcantes.

Na metrópole futurista, os operários são retratados como uma massa uniforme e desgastada, submetida a condições de trabalho desumanas nas profundezas dos subterrâneos. A coreografia frenética das máquinas, muitas vezes simbolizada pelos movimentos repetitivos e exaustivos dos trabalhadores, destaca a alienação e a exploração que permeiam a relação entre seres humanos e tecnologia.

Em alguns momentos as máquinas são representadas como monstros que engolem o trabalhador, e que se alimentam da sua força. Em Metróposlis as máquinas, ao mesmo tempo em que representam o progresso industrial, também são responsáveis pela opressão dos trabalhadores, sugando-lhes a vitalidade em prol da eficiência produtiva.

Essa dinâmica reflete as preocupações do período em que o filme foi produzido, evidenciando as consequências desumanas da rápida industrialização e explorando a necessidade, de equilíbrio nas relações sociais. 

A incorporação de elementos filosóficos e religiosos, o estilo art déco e a crítica social contribuíram para uma obra que não apenas influenciou a estética cinematográfica, mas também permanece relevante ao longo do tempo, explorando questões universais sobre desigualdade e os impactos da tecnologia na sociedade.

Apesar de ter quase cem anos de existência o filme metrópolis continua atual. Questões sociais e politicas abordadas no filme como desigualdade financeira e questões éticas ligadas a tecnologia estão muito presentes no mundo contemporâneo.

 imagem filme metrópolis - trabalhadores sendo engolidos pela máquina
Fotografia do filme metrópolis, que representa as máquinas industriais como um mostro que engole os trabalhadores.

Inteligências artificias no filme metrópolis

Joh Fredersen, em sua busca por controle e manipulação, cria uma versão robótica maliciosa de Maria. Essa tentativa de criar vida, representada pela duplicação de Maria, pode ser interpretada como uma alegoria à ambição humana de se igualar a Deus. Ao criar uma versão robótica que imita a original, Joh Fredersen está, de certa forma, desafiando as fronteiras entre a criação humana e a criação divina. Dessa maneira, a busca pelo controle total e a manipulação da fé dos trabalhadores através dessa criação artificial, refletem temas mais amplos, relacionados ao orgulho humano, à ambição desmedida e à arrogância em desafiar o divino.

Portanto, o filme sugere uma reflexão sobre as implicações éticas e espirituais da manipulação da vida e da criação de seres artificiais, destacando a arrogância e os perigos associados à tentativa de assumir o papel de Deus na criação. Essa temática é recorrente em várias obras de ficção e filosofia, questionando os limites éticos da tecnologia e da ambição humana.

Dessa maneira, a questão abordada no filme é muito atual e debatida na atualidade. Com a evolução da tecnologia, as inteligências artificiais deixaram de ser uma ficção científica e se tornaram uma realidade cotidiana. Assim, que cada vez mais, somos levados a refletir sobre as consequências, riscos e os dilemas éticos desse tipo de tecnologia.

imagem filme metrópolis - criação da versão robótica de maria
Fotografia do filme metrópolis, mostrando a cena em que fazem uma cópia robótica de Maria

Igreja como instrumento de manipulação de massas

Maria é inicialmente retratada como uma figura benevolente, uma espécie de mediadora entre os trabalhadores oprimidos e a elite opressora da cidade de Metrópolis. Sua imagem é associada à esperança, compaixão e liderança espiritual. Podemos perceber a associação com Deus ou com figuras messiânicas na medida em que Maria desempenha um papel de guia e defensora dos oprimidos.

Por outro lado, podemos interpretar que, a manipulação da imagem de Maria pelo vilão Joh Fredersen, que cria uma versão robótica maliciosa dela, como uma crítica à exploração da fé e da espiritualidade para servir a interesses egoístas. Essa dualidade para representar Maria pode apontar para reflexões mais amplas sobre como as figuras religiosas podem ser distorcidas e exploradas.

É como se na verdade a representação robótica de Maria representasse a igreja corrompida. Assim como a robô é uma cópia maléfica de Maria, a igreja é uma representação distorcida de Deus. É como se a igreja se apropriasse da imagem e do discurso divino de forma corrompida, para defender os interesses das classes privilegiadas e poderosas, contribuindo para a desigualdade e opressão dos trabalhadores.

Referências bíblicas e religiosidade no filme metrópolis

O filme Metrópolis é conhecido por suas numerosas referências bíblicas que permeiam toda a narrativa. Essas referências têm o propósito de enriquecer a profundidade simbólica da história e oferecer uma perspectiva mais ampla sobre as questões sociais e humanas abordadas no filme.

Para começar uma análise um pouco mais profunda, vejamos algumas das principais referências bíblicas presentes no filme:

Virgem Maria

Uma das referências mais marcantes é a figura de Maria, que desempenha um papel central e carrega uma clara alusão à Virgem Maria. O filme apresenta Maria como uma mediadora entre os trabalhadores oprimidos e o “Mediador”.

imagem filme metrópolis - maria como figura messiânica
Cena do filme metrópolis, na qual Maria leva uma mensagem de esperança ao trabalhadores.

Falsos profetas

A bíblia menciona os falsos profetas, como enganadores que se apresentam como mensageiros de Deus, propagando mensagens enganosas contrárias aos ensinamentos divinos. O Novo Testamento adverte sobre esses falsos profetas, representados como agentes de confusão motivados por ganância e intenções egoístas.

No filme “Metrópolis”, podemos interpretar a manipulação da figura de Maria pelo líder da cidade, Joh Fredersen, como uma referência aos falsos profetas. Maria, inicialmente uma líder benevolente, é duplicada por um robô maligno que simboliza a exploração da classe trabalhadora. Assim como os falsos profetas distorcem a verdade espiritual, a elite de Metrópolis usa a imagem de Maria para controlar e enganar os trabalhadores, destacando as críticas sociais de Lang à exploração e à falsidade na sociedade. A metáfora reflete as preocupações do filme sobre desigualdades sociais, explorando elementos simbólicos que ecoam temas religiosos bíblicos.

Portanto, como já havia comentado no tópico anterior, a cópia robótica de maria, tem essa função de representar a manipulação das massas através da manipulação da religião.

Prostituta da babilônia

Podemos encontrar a referência à “Prostituta da Babilônia” principalmente no livro do Apocalipse, que faz parte do Novo Testamento da Bíblia. No Apocalipse, a Prostituta da Babilônia é uma figura simbólica que representa um sistema ou uma cidade que se opõe a Deus e é associada à corrupção e idolatria.

Podemos encontrar a descrição da Prostituta da Babilônia principalmente nos capítulos 17 e 18 do Apocalipse. Ela é descrita como uma figura sedutora e influente que exerce poder sobre reis e nações. Seu nome é muitas vezes associado à Babilônia, que na tradição bíblica frequentemente simboliza a rebelião, idolatria e religião falsa.

Em resumo, a Prostituta da Babilônia no Apocalipse é uma figura simbólica que representa a oposição a Deus e a corrupção espiritual.

Em algumas cenas do filme metrópolis a cópia robótica de Maria aparece caracterizada de prostituta da babilônia, montada sobre uma besta de sete cabeças. Enquanto isso, os filhos da elite a idolatram e se rendem a seus pés. Essa cena representa a distorção dos valores morais da sociedade de metrópoles corrompida, que se deleita com festas e luxos enquanto os trabalhadores se submetem a condições sub-humanas de existência.

Os sete pecados capitais

O filme contêm também uma cena dramática, que apresenta sete figuras representando os pecados capitais. Portanto, assa encenação dos sete pecados capitais é outra crítica mordaz à decadência moral e à exploração da classe dominante. Ressalta as desigualdades sociais e a desconexão entre as classes sociais.

Assim, ao retratar os filhos da elite se entregando a esses comportamentos, Fritz Lang critica a hipocrisia e a falta de empatia da classe privilegiada em relação à luta dos trabalhadores.

representação dos sete pecados capitais
Cena que representa os sete pecados capitais

Torre de Babel

A Torre de Babel, conforme narrada no livro do Gênesis na Bíblia, é um relato que descreve a tentativa da humanidade de construir uma torre que alcançasse os céus. Deus, diante dessa ambição, confunde as línguas dos construtores, dispersando-os e impedindo a conclusão da torre. Essa história é frequentemente interpretada como um aviso sobre a arrogância humana e a tentativa de desafiar ou igualar-se a Deus.

No contexto do filme “Metrópolis,” há uma alusão à Torre de Babel. A cidade de Metrópolis é uma megacidade futurista que representa a ambição desmedida da humanidade em busca do progresso e do poder. Assim como na Torre de Babel, onde os construtores buscam alcançar os céus, em Metrópolis, a elite da cidade procura construir uma estrutura monumental. Entretanto, essa busca é marcada pela exploração e opressão dos trabalhadores.

Desse modo, podemos ver a divisão entre a elite rica e os trabalhadores oprimidos em Metrópolis, a como uma metáfora da confusão linguística na história da Torre de Babel. A desconexão entre as classes sociais reflete a desigualdade e a dificuldade de comunicação entre diferentes estratos da sociedade.

Além disso, da mesma forma que na história bíblica, a construção da cidade de Metrópolis pode ser interpretada como um desafio às ordens divinas, especialmente quando essa construção é marcada pela exploração, injustiça e busca insensata por poder.

Em resumo, a referência à Torre de Babel em “Metrópolis” sugere uma reflexão sobre a ambição humana, a desigualdade social e os perigos de buscar o progresso a qualquer custo.

Dilúvio

Ao final do filme acontece uma inundação, que destrói a cidade subterrânea onde os trabalhadores da cidade de metrópolis moravam.

Assim como o dilúvio bíblico trouxe uma renovação ao mundo, podemos interpretar a inundação em “Metrópolis”, como um meio de purificação e possível renovação social.

A inundação simboliza a destruição iminente da ordem existente e a necessidade de uma nova era de equidade e justiça. Fritz Lang, o diretor do filme, utiliza elementos visuais impactantes para transmitir a magnitude dessa mudança iminente. A cena é carregada de simbolismo, sugerindo não apenas a destruição física, mas também a purificação e a renovação que podem surgir desse cataclismo.

Portanto, podemos interpretar o sino, que toca durante a cena, como um chamado à ação e à mudança. Sinos frequentemente têm conotações de alerta e mudança. Nesse contexto, podem representar a necessidade de uma transformação social diante das injustiças retratadas Além disso, o som do sino pode funcionar como um despertar para a consciência de Joh Fredersen e, possivelmente, do público. Pode simbolizar a realização de que a exploração extrema das classes mais baixas está levando à autodestruição da sociedade.

Vinde a mim as criancinhas

A cena das crianças sendo salvas no filme “Metrópolis” de Fritz Lang é um momento simbólico e transformador na narrativa. Essa cena ocorre quando a protagonista Maria, uma figura messiânica associada à esperança e à justiça social, lidera os filhos da classe trabalhadora para fora das profundezas da cidade, onde estão expostos a condições de trabalho desumanas.

A ação de Maria desafiando a ordem estabelecida ao liderar as crianças para fora das profundezas da cidade sugere uma ruptura com as condições opressivas e desumanas enfrentadas pelos trabalhadores. Ela se torna uma líder que conduz os mais vulneráveis para longe da exploração e em direção a uma visão de liberdade e justiça. A cena das crianças sendo salvas por Maria é um símbolo poderoso de esperança e redenção. Maria, muitas vezes retratada como uma figura messiânica e maternal, representa a possibilidade de um futuro melhor para as gerações mais jovens da classe trabalhadora.

Desse modo, no contexto geral do filme “Metrópolis,” essa cena das crianças sendo salvas por Maria representa um ponto de virada na narrativa. A cena enfatizando a necessidade de resistência, esperança e liderança para superar as injustiças sociais e construir um futuro mais equitativo.

Assim, ação de Maria também simboliza a possibilidade de reconciliação entre as classes sociais, sugerindo uma visão mais otimista para o destino da sociedade retratada no filme.

Cena do filme na qual maria leva os filhos dos trabalhadores para conhecer o jardim
Uma das cenas iniciais do filme, na qual maria leva os filhos dos trabalhadores para a superfície da cidade.

Messianismo

A representação de Maria como uma figura messiânica se intensifica pela alusão bíblica à Torre de Babel e à criação de uma duplicata robótica maligna. A dualidade de Maria, entre a benevolência messiânica e sua manipulação para semear a discórdia, destaca as complexidades do messianismo no contexto da trama. O filme, assim, explora criticamente como a figura messiânica pode ser instrumentalizada para atender a agendas diversas, questionando as noções de redenção e justiça em uma sociedade marcada por desigualdades e opressão.

A jornada de Freder ao descobrir a exploração e as condições desumanas em que os trabalhadores vivem simboliza uma busca por compreensão e solidariedade entre as classes sociais. Ele desempenha um papel crucial na narrativa como um mediador entre as classes, buscando unir os trabalhadores e a elite para criar uma sociedade mais justa e equilibrada.

Dessa forma, Freder representa a consciência despertada e a possibilidade de reconciliação entre as classes sociais divididas em Metrópolis. A história de Freder destaca a importância da empatia e compreensão mútua para superar as disparidades sociais e criar uma comunidade mais justa.

O mediador é o coração: Valores sociais e regulamentação

A frase “O coração é o mediador” (“The heart is the mediator”) é uma citação significativa do filme “Metrópolis”. A ideia por trás da frase é sugerir que a empatia, a compaixão e as emoções humanas, representadas pelo “coração”. Em outras palavras, a mensagem é que a solução para os conflitos sociais e a desigualdade não reside apenas na razão ou no poder, mas também na capacidade de compreender e se conectar emocionalmente com os outros.

Além disso, a frase reflete a ideia central do filme de que a reconciliação entre as classes sociais, requer mais do que apenas mudanças estruturais; ela exige uma mudança de coração, uma compreensão mútua e a superação das divisões sociais.

Freder, filho de Joh Fredersen, desempenha o papel principal como mediador entre as classes sociais na cidade distópica. A expressão “O mediador é o coração” destaca a importância de Freder como elemento central na busca pela compreensão e transformação das desigualdades presentes na sociedade retratada. Sua posição como figura central na trama simboliza a regulação estatal, uma vez que ele procura reconciliar as diferenças sociais e desafiar o sistema de exploração vigente em Metrópolis. Portanto, é possível interpretar Freder Fredersen como uma metáfora para representar a regulação estatal, refletindo seu papel crucial na dinâmica social e econômica da cidade futurista.

É isso aí pessoal!

Nós assistimos este filme e simplesmente amamos, é uma experiência de viajar no tempo, e paradoxalmente uma experiência atemporal. E você já assistiu ao filme metrópolis? Conta para gente o que você acha desta obra! Aproveita também que está por aqui e veja outros artigos do nosso site!

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