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Estilo coquette, o que é e como usar essa tendência

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O estilo coquette vem se desenvolvendo e ganhando espaço já faz algum tempo, e promete ser uma grande tendência de 2024!

Devo confessar que a tendência coquette, foi uma das que mais me deixou confusa nos últimos tempos. Já fizemos por aqui alguns artigos sobre micro tendências, e estéticas atuais como messy girl, tomato girl, eclectic grandpa, entre outras. Porém, quando comecei a pesquisar sobre o estilo coquette me deparei com uma variedade tão grande de referências, que fiquei simplesmente confusa e demorei a entender exatamente do que se tratava a coquette aesthetic. Precisei pesquisar e ler bastante em sites de revistas gringas para entender como tantas referências diferentes se encaixavam. Então se você também quer entender esse tal de estilo coquette de uma vez por todas, vem comigo, que te explico tudinho!

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Entendendo o estilo coquette

Bom, quando comecei a pesquisar sobre a estética coquette, encontrei referências de várias épocas diferentes e de estilos que em princípio não parecem estar relacionados.

A Vogue Australiana, por exemplo, publicou um artigo apontando o filme da Barbie, o filme Cisne negro, e o filme Maria Antonieta como fontes de inspiração para o estilo coquete.

Já a revista People, explica que o estilo coquette tem inspirações nas séries de TV como Succession e Bridgerton. Por sua vez, a revista Seventeen aponta que o estilo Lolita japonês e o estilo da cantora Lana Del Rey também são inspirações para essa tendência.

Além disso, encontrei também fontes que dizem que o estilo coquette tem inspirações no estilo dos anos 50. Já Harpers Bazar brasileira publicou um artigo dizendo que o estilo dos anos 60 também é inspiração para a tendência coquette.

Desse modo, com tantas referências e inspirações é preciso refletir um pouco. Afinal, o que Barbie, Maria Antonieta, o estilo vitoriano, as lolitas japonesas, e os estilos dos anos 50 e 60  tem em comum?

Pois bem, apesar de cada um desses estilos e referências terem elementos próprios, e proporcionarem visuais completamente diferentes, eles convergem em alguns pontos. Basicamente, são estilos que refletem feminilidade, romantismo, e elegância. Vamos explorar melhor este assunto no tópico a seguir.

Inspirações e variações do estilo coquette

Em geral o estilo coquette é bem romântico, mas dentro dessa tendências há bastante diversidade. É possível montar looks mais sofisticados e também looks mais divertidos. Então, só para explicar, essa diversidade, vamos classificar o estilo em dark coquette e candy color coquette.

Dark coquette

A dark coquette é sofisticada, elegante, e sensual. Usa bastante branco e preto, e algumas vezes adiciona pequenas pinceladas de cor na produção. Tem bastante influência dos estilos dos anos 50 e 60. Veja o mood board e as inspirações abaixo:

Referências dos anos 50, 60 e do filme "o cisne negro"
Referências estilo coquette, filme “o cisne negro” e moda dos anos 50 e 60 – Fonte Pinterest

Coquete candy colors

A Candy color coquette é mais divertida, nostálgica, angelical e informal. Usa bastante cores claras como branco e tons pastéis. Os corsets, babados, e laços remetem bastante à moda vitoriana e da corte francesa, representada na figura de Maria Antonieta. As cores pastéis trazem o elemento nostálgico que remete ao universo Barbie. Veja o mood board e as referências que selecionamos:

refeências do estilo coquette, filmes Barbie, e Maria Antonieta série Bridgetown, e cantora Lana Del Rei
Cenas filmes Barbie, e Maria Antonieta; série Bridgetown, e cantora Lana Del Rei – Inspirações estilo coquete – Fonte Pinterest

Peças chave do estilo coquette

  • Laços e fitas
  • Corsets
  • Saias soltinhas
  • vestidos românticos
  • Mangas bufantes
  • Babados
  • Rendas
  • Acessórios com pérolas
  • Chocker
  • Acessórios de cabelo
  • Tecidos leves e transparência
  • Cardigan
  • Sandálias de tiras
  • Sapatos modelo Mary Jane
  • Meia calça (inclusive meia calça branca)

Para quem é o estilo coquette e como usar?

O estilo coquette é para qualquer pessoa que se identifique com o estilo. Apesar de em princípio, ser um estilo mais jovial, ele pode ser adaptado e usado por pessoas de diversas idades e estilos diferentes.

Assim, você não deve usar algo que não tenha a ver com você, se não vai parecer que você está usando uma fantasia, e não uma roupa. Entretanto, é perfeitamente incorporar elementos dessa estética ao seu estilo pessoal e ao seu estilo de vida. Portanto, no próximo tópico te damos dicas de como fazer isso!

Adaptando o estilo coquette ao seu estilo pessoal

A tendência coquette é um estilo romântico, nostálgico, divertido, e sexy, mas nem todo mundo se sente a vontade para usar os vestidos e saias curtinhas, ou os corsets que marcam o corpo. Entretanto, você pode usar os elementos desse estilo, adaptando para seu estilo.

Assim, ao invés de usar uma saia curta, você pode usar uma saia midi ou calça com uma blusa mais leve e romântica, e tirar proveito de acessórios mais elegantes e delicados como colares e pulseiras de pérola.

Do mesmo modo, para usar um corset e se sentir mais a vontade, você pode usar um blazer com sobreposição, fica elegante romântico e sensual. Veja algumas inspirações que selecionamos:

Caso não se sinta à vontade com vestidos curtos, adapte para o seu estilo, e opte por vestidos longos ou midi. Escolha modelagens que modelam a cintura e que tenham uma saia envase. Laços e rendas, dão o toque elegante e feminino que faz referencia o estilo coquette. Observe as inspirações:

Inspirações de estilo coquette
Inspirações estilo coquette – Fonte Pinterest

Controvérsia sobre o estilo coquette

O etilo coquette têm recebido algumas críticas de pessoas que acham essa tendência problemática. Algumas opiniões vão no sentido de apontar que esta tendência é infantilizada, e até mesmo problemática. Como já mencionamos, uma das inspirações do estilo coquette vêm da moda Lolita japonesa, que foi muito popular entre os anos 2000 e 2010.

O estilo lolita japonês, é uma subcultura da moda inspirada na era vitoriana. Esse estilo foi bastante criticado porque supostamente gerava estereótipos, estigmatização social e a sexualização inadequada. O próprio nome desse estilo, é inspirado no polêmico livro “Lolita”, de 1955, publicado pelo autor russo-americano Vladimir Nabokov, no qual um homem mais velho se envolve com uma adolescente. O termo “Lolita” se popularizou a partir dessa obra literária e passou a ser associado a meninas jovens, especialmente aquelas que possuem uma aparência inocente e sedutora. Desse modo, a problemática da estética Lolita é justamente mesclar sensualidade com um estilo infantilizado, o que obviamente é considerado socialmente inadequado na cultura ocidental.

Imagens que representam o estilo lolita
Estilo Lolita japonês – Fonte Pinterest

Desse modo, algumas pessoas criticam o a tendência coquette, por trazer alguns elementos da moda Lolita japonesa. Entretanto, quem defende o estilo coquette tem outra perspectiva sobre a questão, e no próximo tópico vamos entender qual esse posicionamento.

Estilo Coquette como ressignificação do feminino

Como eu amo ser mulher! essa é uma frase da série “Anne with an e”. Serie canadense que ficou mundialmente famosa após entrar para o catálogo da Netflix. Essa série se inspirou em uma coleção de livros, muito popular no Canadá, e aborda questões sociais importantes como machismo, racismo e liberdade de expressão.

A série ilustra bem como a mulher era vista na sociedade ao final do século XIX. A personagem Diana por exemplo, deseja ir para uma universidade, mas seu pai quer que ela vá para uma escola de etiqueta, para ser educada a ser uma boa esposa. Prissy é pressionada a se casar, e constantemente sua capacidade de de administrar os negócios da família é questionada por seu pai. Josie quase tem sua reputação arruinada, simplesmente porque seu pretendente espalhou rumores maliciosos sobre ela. E a personagem principal Anne é constantemente humilhada e insultada por sua aparência fora do padrão.

Um dos maiores desejos da personagem Anne era ter um belo vestido com mangas bufantes. Entretanto, para sua mãe adotiva Marilla, mangas bufantes eram uma moda frívola e um desperdício de tecido.

Assim, a série ilustra como, historicamente, a sociedade frequentemente colocou o feminino e a mulher em um papel de inferioridade. Mulheres foram frequentemente tratadas como fúteis, frívolas e menos competentes do que os homens, e com menos capacidade intelectual ou liderança do que os homens.

Como é bom ser mulher!

Pois bem, quem defende o estilo coquette afirma que, apesar de levantar a ideia de feminilidade e romantismo, o objetivo dessa estética não é reforçar expectativas sobre a feminilidade para agradar ao olhar masculino. Pelo contrário, essa estética busca reivindicar coisas que historicamente eram apontadas como tolas e frívolas, tornando-as uma questão de empoderamento, estilo pessoal e identidade. A ideia aqui é afirmar que você pode gostar de coisas bonitas, caprichosas, românticas e ainda assim ser uma pessoa séria e profissional!

Portanto, o estilo coquette é um estilo romântico que adapta tendências e elementos da moda de diferentes épocas e ressignifica o feminino.

Se no passado os corsets eram um símbolo da opressão, e as rendas e babados eram apontados como futilidade feminina, na tendência coquette a ideia é subverter e ressignificar esses sentidos. Aqui o estilo representa a liberdade e a independência da mulher moderna, bem como o orgulho de ser mulher e ser feminina. Afinal, as mulheres conquistam seu espaço, trabalham duro e tem todo direito de se rodear de mimos e coisas bonitas.

cenas da série Anne with an E da Netflix. Anne com vestido de mangas bufantes, e a personagem Ruby dizendo que ama ser mulher!
Cenas da série “Anne with an e” – fonte Pinterest

Estilo coquette como moda nostálgica

Enquanto pesquisava sobre a estética coquette, lembrei bastante do filme “De repente já nos 30!”, lançado em 2004. Esse filme se tornou um clássico, e é constantemente referenciado na cultura pop. O filme acaba tendo também uma abordagem sobre moda, porque a personagem principal Jenna trabalha em uma famosa revista de moda.

No filme, Jenna faz um desejo em seu aniversario de 13 anos. Ela deseja ser adulta, independente e atraente, e para sua surpresa, quando acorda no dia seguinte, se dá conta que seu desejo se realizou. De certa forma, o filme representa uma mulher que se reconecta com sua essência e com sua criança interior para reavaliar suas escolhas. O filme também nos leva a refletir sobre como nossas escolhas impactam nosso futuro, e como podemos nos afastar de nós mesmos quando buscamos apenas propósitos superficiais.

Além disso, indiretamente, o filme faz também uma crítica a tendências de moda do final dos anos 90 e início dos anos 2000. Na época predominava a tendência de moda e beleza “Heroin chic”, associado à subcultura das drogas e ao uso de heroína. Esse estilo de moda tinha por característica uma estética que celebrava a magreza extrema, pele pálida, olhos fundos e uma aparência geral de negligência ou decadência.

Assim, ao se reconectar com sua criança interior e passar por uma mudança de personalidade, Jenna passa a usar um estilo bem romântico e nostálgico, que parece um pouco com a tendência coquette. Observe:

cenas do filme "De repente já nos 30!", com looks da personagem Jenna que parecem com o estilo coquette
cenas do filme “De repente já nos 30!”, com looks da personagem Jenna que parecem com o estilo coquette. Fonte – pinterest
cena do filme "de repente já nos 30!" na qual a personagem contempla o seu closet cheio de roupas e sapatos.
cena do filme “de repente já nos 30!” – Fonte Pinterest

É isso aí pessoal!

E aí gostou da estética Coquette? Conta para a gente nos comentários o que você acha sobre essa tendência! Manda esse artigo para amigas e familiares que você acha que vão se identificar com o estilo coquette.

Aproveita que está por aqui e veja outros artigos do site! Você já deve ter percebido como a televisão, os filmes as séries e a  cultura pop em geral influenciam a moda, então dá uma olhada nesse artigo no qual falamos sobre séries que influenciaram a moda e você nem percebeu!