San Blás: é o paraíso!
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Ilhas de San Blás, ou Kuna Yala, são um dos segredos bem escondidos do Caribe. Já estive em diversas partes do Caribe e posso dizer que as Ilhas de San Blás são um veredeiro paraíso no Caribe, por serem uma reserva natural muito bem preservada e justamente por ser muito pouco exploradas para o turismo.
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Vista de uma das ilhas do arquipélago de San Blás
Kuna Yala é um território semi-autonomo Panamá gerido pelo povo Kuna, um dos grupos originários do Panamá. Todas as atividades turísticas no arquipélago de San Blás são geridas pelos nativos. Esse arquipélago, que fica no mar do Caribe, é formado por centenas de pequenas ilhas que ficam próximas umas às outras e estão protegidas por barreiras de corais. Isso faz com que as águas sejam incrivelmente transparentes e também propícias para a prática de snorkel para observar a rica fauna marítima.
Existem diversas opções para visitar as ilhas, desde passeios de un dia até 3 ou 4 dias, com opção até de ficar acomodado em um veleiro. Considerando o tempo que tinha disponível, adquiri um pacote de 3 dias e 2 noites, que incluía o transporte de carro e barco até a ilha Yani, a acomodação, todas as refeições e 2 passeios de barco para visitar outras ilhas. O pacote não inclui a tarifa de 22 dólares de entrada na ilha e bebidas (nem mesmo água). O pacote foi adquirido online no site Viator, mas o operador local se chama Tao Travel e pode ser útil contatá-los para verificar diferentes opções de pacotes.
A chegada
O passeio se inicia muito cedo no primeiro dia. Eles pedem para você estar pronto às 5h da manhã. A viagem de carro dura aproximadamente 2 horas e meia e a de barco mais uns 45 minutos a 1h. Em total, conte com no mínimo 4h para chegar ao local, se não demorar muito para os barcos chegarem.
Ao chegar na ilha fizemos check-in nos quartos, que são mega simples. No meu caso só tinha a cama e uma mesinha no quarto e não havia um forro, então o telhado era aberto e se podia ouvir tudo que passava nos quartos ao redor. Pelo menos o ambiente estava sempre fresco e por sorte praticamente não há mosquitos. A ilha também era super diminuta, contando com uns 100 a 200 metros de comprimento e tendo apenas algumas poucas cabanas. Além disso há apenas palmeiras e nada mais.
Logo depois do check-in fomos conhecer a praia e nadar um pouco. Na borda do mar havian várias algas, mas passando os primeiros 5 a 10 metros já era somente areia. A água é super cristalina e apenas o vento faz diminuir um pouco a visibilidade. As cores da água são de verdes a azuis incríveis. Lindo demais.
A primeira surpresa foi descobrir que alguns pequenos tubarões de recifes vivem ao redor do píer. A princípio ficamos assustados, mas logo os locais explicaram que eles são inofensivos e até nadaram perto dos tubarões para nos encorajar.
Em seguida veio a primeira refeição. A comida é super simples mas saborosa, foi sempre peixe ou frango frito com arroz ou batatas e uma salada. Me pareceu suficiente, mas tinha dúvidas se os homens sentiriam satisfeitos com o tamanho da refeição. Sugeriria levar alguns petiscos ou lanches extras.
Outra coisas importante é que não há água doce na ilha, então os banhos eram com água salgada. Apesar de ser um pouco estranho, achei melhor tomar banho com a água salobra e ao menos poder colocar um pouco de condicionador nos cabelos, do que dormir sem um banho. Além disso os banheiros são compartilhados, tudo parte da experiência de viver com o mínimo de conforto.
Passeio à ilha Limones
Logo após o almoço fizemos o primeiro passeio de barco que teve uma duração de aproximadamente 2h. O passeio inclui a visita a uma ilha onde há um barco naufragado na beira da praia. Essa ilha estava mais cheia de turistas, tinha um pouco de música e era mais animada que a ilha em que ficamos hospedados. Ficamos aí por cerca de uma hora, aproveitei para fazer snorkel e observar a diversidade de peixes do Caribe, que geralmente é super rica. A outra parada foi em um banco de areia, onde a principal atração eram as estrelas do mar. Havian algumas estrelas de cor alaranjada. Nos pediram não tocá-las para não causar danos, mas foi bonito de ver. Na volta à nossa ilha também pudemos observar arraias que estavam nadando na parte mais clara do mar.
Aproveitamos para descansar o resto da tarde nas redes que estão por toda parte entre os coqueiros. À noite não havia nada para fazer, éramos uns 20 a 30 turistas no máximo hospedados na ilha. Então, logo após o jantar aproveitei para caminhar um pouco e observar estrelas. Como quase não há luzes aí, é um lugar perfeito para ver as estrelas.
A pouca eletricidade que existe na ilha vem de geradores e painéis solares. Então as luzes ficam acesas até que todos vão dormir e logo fica tudo completamente no escuro. Além disso a conexão com a internet era lenta então não havia como se distrair muito com isso.
Para dormir, apesar da ilha ser bem quieta, há o ruído das ondas, que apesar de quebrarem nos corais que estão um pouco afastadas da ilha, fazem bastante ruído. O que para mim não é um problema, por que adoro o som das ondas, mas poderia ser problema para outras pessoas. Pelo que vi a maioria das outras ilhas não ficam próxima a uma barreira de corais com ondas.
Passeio à ilha dos Holandeses
No dia seguinte, após o café saímos para outro passeio. Dessa vez foi um passeio mais longo de aproximadamente 5 horas. Atravessamos o arquipélago em barco durante 45 minutos para chegar à “Ilha dos holandeses”.
Essa ilha estava rodeada de catamarãs e barcos à vela. Essa também é uma alternativa para visitar San Blás, em vez de ficar nas ilhas sem muito conforto, mas o preço também é bem mais salgado.
A ilha dos Holandeses é um pouco maior que aquele em que nos hospedamos, tem um ou dois bares e algumas praias, é claro com uma água cristalina verde, muito perfeita! No entanto a ilha estava praticamente vazia, não haviam muitos turistas por que ninguém se hospeda aí. As pessoas visitam apenas durante o dia. Ficamos duas horas nessa ilha, fazendo snorkel, nadando, aproveitando a rede dentro da água e também tomando uma cervejinha com os pés detro d’água.
Em seguida passeamos entre várias ilhas, procurando por arraias e observando a paisagem incrível. Depois paramos em um banco de areia próximo a um coral para fazer snorkel. Estivemos aí por uns 30 a 40 minutos. Haviam várias espécies de peixes nos corais, como sempre uma experiência maravilhosa observar a natureza seguindo seu ritmo no fundo do mar.
Finalmente fomos até outro banco de areia onde haviam estrelas do mar e como a água era muito rasa tinha uma tonalidade de verde bem clarinha. Vimos algumas estrelas do mar aí, incluindo uma enorme que parecia ter uns 40 centímetros de diâmetro.
Esse passeio foi mais uma confirmação de que as ilhas de San Blás são um super paraíso no Caribe do Panamá. Por mais que tenha sido apenas umas poucas horas, o passeio foi uma sequência de paisagens incríveis, de experiências inesquecíveis.
Finalmente retornamos para a ilha, almoçamos e passamos o resto da tarde descansando e observando os tubarões e outros animais ao redor da ilha. À noite aproveitei novamente para deitar na rede por um momento e observar as estrelas. Logo fui dormir em torno de 9h da noite.
Terceiro dia
No terceiro e último dia, como não haviam mais passeios aproveitamos para andar de caiaque ao redor da ilha. Fomos até a parte em que o fundo era mais claro para observar as arraias. Logo nadamos naquela água límpida e transparente, saltando do caiaque algumas vezes. Também aproveitamos para observar os tubarões uma vez mais. Depois do almoço descansei e aproveitei para visitar a tenda de artesanatos produzidos pelas mulheres Kuna. Acabei comprando 2 novas Molas, com as quais espero fazer almofadas para minha casa. As 3 horas da tarde partimos de volta para a Cidade do Panamá e chegamos ao hotel às 7h da noite. Acabando assim um passeio a um dos lugares mais incríveis em que já estive e que, apesar de curto, foi excelente para descansar e relaxar.
Enfim, Viajar pelo Caribe é sempre sinônimo de belíssimas praias, águas cristalinas e muito sol. Cos as Ilhas de San Blás não é diferente. Como disse no início, as ilhas de San Blás são um paraíso no Caribe do Panamá que vale muito a pena conhecer. Para mim, essa também é uma experiência de turismo quase única da região, por que você não está em um resort cheio de turistas, seguindo o modelo de turismo de massa e exploração excessiva de recursos naturais. Em San Blás o turismo é feito de maneira a preservar o meio ambiente e o espaço de vida das populações nativas, algo pouco comum de se ver em viagens.
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